O patchouli é uma das matérias primas mais utilizadas em perfumaria, trazendo um toque oriental às composições que integra. Alguns exemplos de perfumes com esta base são Patchouli Absolu de Tom Ford, Velvet Patchouli de Dolce&Gabbana ou Patchouli Leaves Monotheme. Neste último o tema principal é o patchouli, potenciado com notas cítricas de tangerina e bergamota e arredodado com notas amadeiradas.
O óleo de patchouli é extraído de uma planta originária do sub-continente indiano, mais especificamente da região do Sri Lanka. Apesar de ter uma fragrância completamente diferente, o patchouli é um arbusto da família da menta e o seu nome deriva da língua tâmil, significando folha verde. Com a menta partilha as propriedades anti-oxidantes, cicatrizantes, anti-inflamatórias e insecticidas. São também conhecidas as suas propriedades anti-depressivas, fungicidas e sedativas. Como anti-depressivo actua estimulando a libertação de serotonina e dopamina que nos fazem sentir felizes. Ao colocarmos um perfume com patchouli estamos a cuidar da nossa saúde física e mental!
A fragrância de patchouli é a base da família chypre. O seu perfil inclui notas amadeiradas e herbáceas com um toque a terra. Hoje em dia a planta é cultivada em zonas tropicais da ásia, áfrica e américa do sul pelo que o seu perfil olfactivo poderá ser distinto de região para região. O perfil olfactivo do óleo depende de vários factores, entre eles a forma como a planta é cultivada, colhida, fermentada e destilada. O momento ideal da colheita é determinado pelo nariz conhecedor do agricultor. Nem só de nariz de perfumista é feito o mundo da perfumaria!
O patchouli chega à Europa através da rota da seda. Devido às suas propriedades repelentes de insectos, folhas da planta eram colocadas nos tecidos para impedir as infestações com traça. Uma vez que os mercadores retiravam as folhas ao receberem os tecidos, a origem do cheiro das sedas era um segredo bem guardado o que fez com que esta fragrância se tornasse na memória olfactiva relativa a produtos de luxo. Na Inglaterra Vitoriana (sec. XIX) passou também a ser utilizado em saquetas perfumadas, potpourris e perfumes.
Nos anos 70 do sec. XX o seu cheiro pungente foi utilizado pela comunidade hippie para significar uma ligação à Índia e a Hare Krishna. Infelizmente por vezes eram utilizadas versões sintéticas de baixa qualidade o que trouxe uma aura negativa a esta fragrância.
Nos últimos anos voltou a recuperar o seu lugar por direito como matéria prima de excelência em perfumes que são sucessos de vendas como é o caso de 1 Million de Paco Rabanne ou Coco Madmoiselle e em marcas icónicas como Comme des garçons – luxe patchouli – e Tom Ford – Patchouli absolu .
Aqui está mais uma matéria-prima que nos apaixona.
Saudações perfumadas!
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