Segundo a Assembleia Nobel, os dois cientistas norte-americanos foram distinguidos por terem descoberto uma grande família de genes, constituída por cerca de mil genes diferentes (3 por cento dos nossos genes), que está na origem de um número equivalente de tipos de receptores olfactivos. É de salientar que fo primeiro prémio Nobel dedicado ao olfacto. Todos os outros sentidos já tinham sido premiados nesta categoria pelos invenções efectuadas.
O olfacto foi durante muito tempo o mais enigmático dos nossos sentidos. Não se compreendiam os princípios básicos para reconhecer e recordar cerca de 10.000 odores diferentes. Os laureados deste ano resolveram este problema e, numa série de estudos pioneiros, esclareceram como é que o nosso sistema olfactivo funciona.
Os receptores estão localizados nas células receptoras olfactivas, que ocupam uma pequena área na parte superior do epitélio nasal e detectam as moléculas odorantes inaladas. No sistema olfactivo, as células receptoras olfactivas enviam processos nervosos directamente para distintos microdomínios, os glomérulos, no bolbo olfactivo, principal área olfactiva do cérebro.
As células, portadoras do mesmo tipo de receptor, enviam os seus processos nervosos para o mesmo glomérulo.
É a partir destes microdomínios do bolbo olfactivo que a informação é enviada para outras partes do cérebro, onde são combinadas as informações provenientes dos vários receptores olfactivos, constituindo um padrão. É dessa forma que nos podemos aperceber do aroma de uma flor na Primavera e recordar esta memória olfactiva noutras ocasiões.